A Chuva Revela as Fugas: Como a vulnerabilidade dos “mais pequeninos” revela as vulnerabilidades dos nossos próprios corações e sistemas
Publicado 2024-09-30
Palavras-chave
- vulnerability,
- abuse,
- church response to abuse
Como Citar
Resumo
Quando consideramos a questão da vulnerabilidade no contexto do abuso sexual, pensamos nos vulneráveis como aqueles que foram vitimados pelo abuso, e há verdade nesta visão. No entanto, também é importante reconhecer a vulnerabilidade que o abuso expõe nos nossos próprios corações e sistemas. É fácil, quando as chuvas estão longe, assumir que os nossos telhados estão bem construídos e seguros, mas é quando a chuva começa a cair sobre as nossas próprias casas que as infiltrações se tornam óbvias. Quando vemos apenas a vulnerabilidade das vítimas de abuso sexual, muitas vezes culpamos as vítimas pela sua fraqueza e insistimos que, se elas se fortalecessem, o problema do abuso sexual estaria resolvido. No entanto, se uma criança vive numa casa com infiltrações, ensiná-la a segurar um guarda-chuva sobre a cabeça não resolverá o problema. Temos de prestar atenção aos gritos dos vulneráveis para encontrar e reparar as fugas escondidas nos nossos sistemas, mas também temos de examinar o que as necessidades dos vulneráveis revelam nos nossos próprios corações. Tal como Cristo nos ensina na parábola das ovelhas e dos cabritos, é a forma como respondemos aos gritos dos vulneráveis e não o número de grandes acções que afirmamos realizar em nome de Cristo que determina se estamos alinhados com o Espírito de Cristo ou com outro espírito. Uma análise das respostas pastorais aos abusos, da investigação académica sobre abusos e das Escrituras demonstra claramente que há graves "fugas" no "telhado" da Igreja, que temos de resolver.